Taurasi: conheça a vila italiana que elabora um dos melhores tintos do país

Taurasi é um local mágico, com uma atmosfera bucólica, onde tudo parece suspenso e cercado por vinhedos, olivais e bosques. Caminhar pelas vielas desse lugarejo com cerca de dois mil habitantes – e aqui vale enfatizar a simpatia e receptividade das pessoas - é voltar no tempo e se deslumbrar a cada nova paisagem que se abre entre portas e portões das construções históricas. E o melhor: está localizado a pouco mais de uma hora do aeroporto de Nápoles.

A Itália está repleta de pequenos e encantadores vilarejos medievais. De Norte a Sul há sempre uma cidadezinha que cresceu e ganhou os contornos arquitetônicos da Idade Média. Muros, castelos, igrejas e ruas de pedra são estilos comuns encontrados pelos turistas que as exploram. Em muitas dessas vilas também se elaboram vinhos, como em Montepulciano, na Toscana, que é bem conhecida dos brasileiros. Lá se elaboram os famosos vinhos Rosso de Montepulciano e Vino Nobile. No entanto, ao sairmos um pouco dessas regiões bem turísticas nos deparamos com lugares ainda mais incríveis. Na região da Campania, no Centro Sul do país, há uma vila medieval dos anos 1100 chamada Taurasi. Está localizada na Província  de Avellino, uma região caracterizada por vistas de tirar o fôlego e paisagens inesperadas.

Taurasi é um local mágico, com uma atmosfera bucólica, onde tudo parece suspenso e cercado por vinhedos, olivais e bosques. Caminhar pelas vielas desse lugarejo com cerca de dois mil habitantes – e aqui vale enfatizar a simpatia e receptividade das pessoas – é voltar no tempo e se deslumbrar a cada nova paisagem que se abre entre portas e portões das construções históricas. E o melhor: está localizado a pouco mais de uma hora do aeroporto de Nápoles.

Taurasi é também o nome do principal vinho elaborado neste pequeno território. É um DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), elaborado com a uva Aglianico (85%, no mínimo), variedade tinta mais importante da Campania – região da Itália conhecida pela bela Costa Amalfitana. É considerada uma das três melhores tintas da Itália, ao lado da Nebbiolo e da Sangiovese.

Essa uva tem como principal característica sua estrutura, taninos elegantes e acidez, o que faz com que seus vinhos tenham boa capacidade de envelhecimento, rivalizando, assim, com os grandes tintos do mundo. É uma das uvas autóctones locais, junto com Falanghina, Greco di Tufo e Fiano di Avellino. A Aglianico demanda bastante sol para ficar madura e seu ciclo vegetativo é bastante longo, com a colheita ocorrendo em novembro, em alguns casos – Na Itália a colheita, diferente do Brasil, acontece no segundo semestre.  

Aglianico é a variedade tinta mais importante da Campania

O Taurasi é um vinho DOCG de cor vermelho rubi intenso, tendendo a granada. Seus aromas e sabores são complexos e intensos. O envelhecimento é de, no mínimo três anos, dos quais pelo menos um deles em barricas de carvalho. Se este período de três anos for estendido para quatro anos, dos quais pelo menos 18 meses em barricas de madeira, o vinho pode obter a denominação de Riserva.

Participei de uma degustação com dezenas de vinhos Taurasi DOCG, em Taurasi. O local escolhido para a segunda edição da masterclass que reúne jornalistas de diferentes países foi o ponto turístico mais importante da vila, se chama Palazzo Marchionale. Um espaço belíssimo, cheio de histórias e arte. O evento foi organizado pela prefeitura de Taurasi, com colaboração do jornalista e escritor, Paul Balke.

E dessa degustação especial, uma conclusão: O Taurasi é um vinho especial, que tem muito espaço para ganhar, inclusive no Brasil, onde ainda é pouco conhecido. E, mesmo sendo um vinho que utilizando-se ténicas de vinificação modernas pode-se beber com três ou quatro anos, é importante que o vinho permaneça mais tempo na garrafa para ficar harmônico. É um tipo de vinho que deve, preferencialmente, ser consumido com uma gastronomia mais pesada, como carnes de caça e condimentadas, queijos duros e massas com molhos à base de carne. Deve ser servido a uma temperatura que pode variar entre 16 e 18 graus.

Andreia Debon

Jornalista/Autora

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