Brunello di Montalcino: 7 vinhos que eu adorei e que você encontra no Brasil

Todos os anos o Consórcio dos produtores do vinho Brunello organizam um evento chamado Benvenuto Brunello. É um evento que reúne os principais jornalistas do vinho de diversos países, e neste ano estive entre esses profissionais com muita satisfação – sendo a única brasileira!

Se você é amante de vinhos tintos italianos certamente já ouvir falar do vinho Brunello di Montalcino. Ele é elaborado com a uva Sangiovese em Montalcino, um lugarejo italiano que tem pouco mais de cinco mil habitantes.  Mas a Sangiovese usada em Montalcino é um clone diferente da utilizada em outras áreas vitícolas. A diferença está na pele, muito rica em antocianinas, por isso mais grossa. O clima também colabora. Em comparação com outras áreas da região central da Itália onde é cultivado Sangiovese, Montalcino tem um clima ideal que não é encontrado em outros lugares. Na verdade, é quente o suficiente para a produção de uvas perfeitamente maduras, mas não tão quente para encurtar o ciclo vegetativo.

Todos os anos o Consórcio dos produtores do vinho Brunello organizam um evento chamado Benvenuto Brunello. É um evento que reúne os principais jornalistas do vinho de diversos países, e neste ano estive entre esses profissionais com muita satisfação – sendo a única brasileira! Durante esses três dias estiveram em evidência cerca de 250 amostras de vinhos (Brunello, Brunello Riserva e Rosso di Montalcino) de cerca de 118 vinícola diferentes (todas integrantes da associação).Depois das safras 2017 e 2018, ambas que, seja pelo calor ou pela chuva e frio fora de época, não foram consideradas especiais, a safra 2019 chega para andar lado a lado com a vindima 2015, considerada uma das melhores dos últimos anos.

Certamente a 2019 não será lembrada como uma safra inesquecível, mas como excelente. Vinhos elegantes, harmônicos, equilibrados, com expressão aromática intensa e taninos de qualidade – com exceção de um ou outro vinho. Todas essas características positivas se devem ao fato de que nos meses decisivos da vindima, isto é, de junho a agosto, não foram registrados fenômenos extremos (granizo, geadas tardias, excesso de chuva ou tempo extremamente seco, esses sempre mais frequentes e que tem prejudicado muito a vitivinicultura mundial). Isso fez com que a uva obtivesse uma maturação lenta e completa.

Outro ponto a destacar é a mudança no estilo de Brunello que chega ao mercado. Tendo a oportunidade de degustar dezenas e dezenas de Brunellos percebe-se  que cada vez mais produtores estão buscando levar ao consumidor vinhos mais fáceis, leves, frescos, mesmo que, muitas vezes, o grau alcoólico não coopere tanto para isso. E os resultados, em boa parte dos casos, são positivos e, com certeza, agradará aos paladares mais exigentes e aos críticos de Brunello.  Todos os anos são elaboradas cerca de 9 milhões de garrafas de Brunello. São 3200 hectares de vinhedos inscritos na DOC e DOCG. Desses, 2100 são destinados para a elaboração deste vinho ícone cujas vendas não param de crescer. De 2002 para 2023 o consórcio registrou um aumento de 17% nas vendas.  O Brasil é um dos mercados alvo, principalmente porque os brasileiros, ao lado dos americanos e canadenses, são os que mais fazem enoturismo no território.

Selecionei 7 Brunello di Montalcino* que eu adorei e que é possível comprar no Brasil: Lá no site da Bom Vivant tem uma lista com os 20 mais pontuados.

  1. Canalicchio di Sopra (Importadora Gran Cru)
  2. Caparzo (Barrinhas Importadora)
  3. Casanova di Neri (Importadora Wine Face)
  4. Castelllo Romitório, Filo di Seta (Rede Angeloni, Divvino)
  5. Fattoria dei Barbi, Vigna dell Fiore (Interfood Importadora)
  6. Mastrojani, Vigna Loreto (Domno Wines, Famiglia Valduga)
  7. Poggio di Sotto (Importadota Italy)

*Ordem alfabética.

Regras da produção do Brunello di Montalcino

O Brunello di Montalcino só pode ser elaborado em Montalcino com a uva Sangiovese do clone denominado Brunello. O produtor não pode colher mais do que oito toneladas de uva por hectare. O vinho deve permanecer no mínimo dois anos em barris grande de carvalho e no mínimo quatro meses de afinamento na garrafa (para o Riserva no mínimo 6 meses). O lançamento só pode ocorrer depois de cinco anos da colheita (seis anos para o Riserva).

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Andreia Debon

Jornalista/Autora

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